Você tem 10 mil horas para ser um EXPERT


Você está contente com a sua zona de conforto ou busca aprimoramento?
Você se distrai em atividades ou pratica de forma focada?
Busca se conhecer e se transformar ou vira um zumbi?
Como administra os custos de seu treino?
Afinal, qual é a sua relação com seu próprio desenvolvimento?

Lennon e Paul só deram o salto criativo com os Beatles depois de dez mil horas tocando num strip club em Hamburgo nos anos 60.
Mozart só tocava música dos outros aos 13 anos, aos 17 era considerado bom, mas só depois dos 23 é que virou um virtuose. Durante os treinos, acumulou as dez mil horas necessárias para o salto qualitativo
À parte o talento, esses personagens passaram grande parte do tempo praticando. Esse treino colaborou para que fossem considerados “o melhor”.
Sem saber, eles estavam colocando em prática a teoria de K. Anders Ericsson, um importante psicólogo e pesquisador da cognição. Ericsson está começando a ficar conhecido do grande público graças a aos estudos que vem desenvolvendo para compreender como um ser humano comum adquire habilidades de nível épico.
Ele advoga que a diferença entre uma pessoa de desempenho mediano e um expert em uma determinada atividade é de 10 mil horas de prática. A regra serve para absolutamente qualquer atividade que precise de tempo para amadurecer: tocar piano, meditar, respirar consciente, bons pensamentos, boas emoções, praticar tiro ao alvo, administrar empresas, investigar crimes, jogar Call of Duty, praticar cuspe à distância, dirigir etc.
Dez mil horas. É a diferença entre aprendiz e mestre.
Para quem não tem uma ideia muito nítida de um número tão grande,

10 mil horas de treino =
três anos e meio de estudo intensivo =
oito horas por dia, sete dias por semana.

Isso significa treinar inclusive aos sábados, domingos e feriados. E por estudo e prática, entenda-se um treino deliberado e focado, com o mínimo possível de distrações e esforços inúteis. Cada segundo conta.
Se você praticar algo quatro horas por semana, como um hobby, vai demorar 52 anos para acumular as 10 mil horas.
Ericsson explica que, para desenvolver expertise sobre algo, é preciso um investimento de tempo e prática para que nossos corpos e mentes desenvolvam processos cognitivos eficientes e rápidos, com base em redes de neurônios, músculos e esquemas mentais fortalecidos e aprimorados depois de um longo processo de trabalho. É preciso se submeter a uma determinada atividade por muito tempo, de forma regular e sistemática, para garantir que as estruturas fisiológicas e mentais que facilitam a prática não se desfaçam.

• Por um lado, 10 mil horas é uma eternidade, a primeira coisa a se treinar é a determinação e a motivação para não desistir durante uma prática tão longa.
• Por outro lado, 10 mil horas é pouco tempo. Passa rápido. Se você duvida, pergunte pra qualquer pessoa com mais de 30 anos.

Se pensarmos bem, um treino de 10 mil horas é uma ideia maluca, de certa forma. É no mínimo insano fazer uma projeção de 10 anos tocando guitarra para se tornar um virtuose sabendo que a vida pode acabar de uma hora pra outra sem nenhum motivo. É planejar em cima de especulação pura.
Mas, perceba, esta teoria faz sentido pelos mesmos motivos.

A vida é curta e pode acabar a qualquer momento. 
Sendo assim, por que não passar tempo fazendo algo significativo?

Essa teoria reafirma algo que todos nós já estamos carecas de saber, mas que custamos a aceitar: para um desempenho de nível olímpico, é necessário treino, dedicação e investimento (tempo, dinheiro, relações etc.) de nível olímpico. Nada menos que isso.
E continuamos tocando nossas vidas acreditando que é possível burlar esta regra. Procuramos sempre o curso de inglês que se propõe a zerar o assunto em dois anos, ou o professor de guitarra com o método milagroso de um ano, e a academia de jiu-jítsu que sobe os alunos de faixa mais rapidamente.
Em nossas práticas, procuramos fazer aquilo que já fazemos com mais facilidade, e evitamos aqueles que dão mais trabalho e dor de cabeça.
Buscamos uma gratificação, uma sensação de recompensa que nem sempre se traduz em desenvolvimento de uma habilidade.
Faz todo sentido do mundo não querer perder tempo e fazer valer cada hora de estudo investida!
Ericsson, com sua teoria, nos faz uma provocação sobre como levamos nossas vidas e sobre o que fazemos com o pouco tempo que nos é dado.

Leia também:
As 4 fases do aprendizado!
http://nascersorrindo.blogspot.com.br/2011/10/as-4-fases-do-aprendizado.html




Fontes:
Papo de homem, artigo de RAFA MONTEIRO
Universia Brasil
Globo.com, artigo de por Alysson Muotri


Um comentário:

  1. O cérebro é fantástico na sua flexibilidade (aprende-se o que quiser). Em compensação, é lento em ficar expert (10.000 horas ...)

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